É muito difícil avaliarmo-nos a nós e à nossa vida de forma
objetiva. Por isso, recorremos às comparações com os outros, para deteminarmos
se estamos bem ou menos bem. Investigadores de Psicologia Social consideram que
este mecanismo de comparação social é inato no ser humano.
Por exemplo, será que ganho dinheiro suficiente para viver
bem? A resposta correta é sim, se consigo viver com dignidade e saúde. Mas a resposta
habitual depende das comparações que faço. Assim, apesar de nós ocidentais
vivermos uma época de bem-estar nunca antes vivida ou imaginada na história da
humanidade, a maior parte de nós sente-se insatisfeita com o que ganha.
Então, não sendo possível pararmos de fazer esta comparação
social, será que podemos usá-la a nosso favor? Talvez sim.
Para nos sentirmos bem, procuremos comparar-nos com quem está
pior que nós. Para nos animarmos a fazer mais esforços, comparemo-nos com os que
estão melhor.
Por outras palavras, se ganhámos a medalha de prata e
queremos sentir-nos bem, olhemos para a medalha de bronze; se queremos energia
para melhorar, olhemos para a medalha de ouro.
Mas cuidado! Um estudo sobre medalhados indicou que quem
ganha a medalha de bronze fica mais contente consigo próprio do que o que
ganhou a de prata, apesar de este lhe ter ficado à frente. O segredo? Os de
bronze comparam-se com quem veio em quarto, quinto, etc.; os de prata,
adivinhe-se com quem se comparam…