domingo, 29 de novembro de 2015

Comparação Social


É muito difícil avaliarmo-nos a nós e à nossa vida de forma objetiva. Por isso, recorremos às comparações com os outros, para deteminarmos se estamos bem ou menos bem. Investigadores de Psicologia Social consideram que este mecanismo de comparação social é inato no ser humano.

Por exemplo, será que ganho dinheiro suficiente para viver bem? A resposta correta é sim, se consigo viver com dignidade e saúde. Mas a resposta habitual depende das comparações que faço. Assim, apesar de nós ocidentais vivermos uma época de bem-estar nunca antes vivida ou imaginada na história da humanidade, a maior parte de nós sente-se insatisfeita com o que ganha.

Então, não sendo possível pararmos de fazer esta comparação social, será que podemos usá-la a nosso favor? Talvez sim.

Para nos sentirmos bem, procuremos comparar-nos com quem está pior que nós. Para nos animarmos a fazer mais esforços, comparemo-nos com os que estão melhor.

Por outras palavras, se ganhámos a medalha de prata e queremos sentir-nos bem, olhemos para a medalha de bronze; se queremos energia para melhorar, olhemos para a medalha de ouro.


Mas cuidado! Um estudo sobre medalhados indicou que quem ganha a medalha de bronze fica mais contente consigo próprio do que o que ganhou a de prata, apesar de este lhe ter ficado à frente. O segredo? Os de bronze comparam-se com quem veio em quarto, quinto, etc.; os de prata, adivinhe-se com quem se comparam…

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O cérebro e a felicidade


O cérebro não foi evoluindo, com imensas dificuldades e ao longo de milhões de anos, simplesmente para nos proporcionar felicidade (isto é, para produzir apenas dopamina, serotonina, oxitocina e endorfinas).

Primeiro, porque é um cérebro ainda bastante imperfeito. Note-se que nada nos mostra que tenhamos agora atingido o pico da evolução. Pelo contrário, o estado do mundo revela que ainda há muito no cérebro para evoluir. Logo, é absurdo supor que ele atingiu a harmonia perfeita.

Segundo, porque o que o cérebro pretende, acima de tudo, é assegurar a nossa sobrevivência e a reprodução da espécie. E sabemos hoje que as emoções negativas, por exemplo, são absolutamente necessárias à nossa sobrevivência e auto-proteção.

Quando se lê isto, num primeiro momento pode parecer estarrecedor.

Depois, é um alívio.

Já não temos a obrigação de ser felizes. E se não o formos (e haverá muitos momentos na nossa vida em que não o somos), a culpa não é nossa, não é por não querermos ou por não nos esforçarmos. A vida é assim. Com bons momentos e outros menos bons.

O que verdadeiramente nos interessa e nos dá sentido é termos uma vida plenamente vivida, procurando harmonizar as prescrições da Natureza e os nossos valores mais elevadamente humanos.

A real duração de uma emoção


"Within 90 seconds from the initial trigger, the chemical component of my [emotion] anger has completely dissipated from my blood  and my automatic response is over.

(...) Moment by moment, I make the choice to either hook into my neurocircuitry or move back into the present moment, allowing that reaction to melt away as fleeting physiology."

(Jill Bolte Taylor, My Stroke of Insight, p.146)


Em suma, segundo esta neurocientista, as nossas emoções duram no nosso organismo, no máximo, um minuto e meio.

Para as manter mais tempo, ou ampliá-las, é necessária uma escolha nossa e um esforço correspondente nesse sentido.

Interessante.