quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Viver realmente a vida com Mindfulness - Atenção Plena


A vida é um absoluto. Fora dela, nada faz sentido (de tal modo que dizemos "vida para além da morte", a fim de, com esperança, nos assegurarmos face ao sem sentido da morte).

É verdade que as psicoterapias visam unir todo o viver da pessoa - e falham demasiadas vezes.
Mas a psicoterapia Mindfulness-Atenção Plena é uma das poucas que diretamente nos procura ajudar a recuperar uma união profunda connosco mesmos; e a instalarmo-nos nessa união sem perdermos a consciência dela.

Mas o que é a vida? Para aqueles de nós que tentam não viver sempre distraídos ou em fuga de si mesmos, é um valor que se afirma mais por uma presença do que por um conhecimento. A Atenção Plena propõe-nos uma adesão total de nós mesmos a essa presença, sem nada a intermediar; nada que possa constituir-se como uma falha/fractura por onde possa infiltrar-se a desunião.

Repito, nada fica de fora, nada fica à parte, nada fica de permeio. A Atenção Plena é ponto de partida e ponto de chegada a estarmos vivos. Nem mais, nem menos.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Ansiedade: um mal?


A ansiedade é vista como um mal. Analisemos brevemente a questão.

A ansiedade começa por ser uma mensagem do nosso organismo. Mas é também um conjunto incomodativo de emoções, pensamento, sentimentos, memórias, sensações corporais e predisposições.

O 1º erro que cometemos é o de pensar que ela não é natural. Se não for fruto de medicamentação, drogas ou álcool, claro que é natural! A sua origem está no nosso cérebro, tendo este o objetivo de nos ajudar a sobreviver. Portanto, ela é uma reação natural do nosso organismo para nos proteger.

Chamo erro porque, ao não a considerar natural, estamos a pôr em marcha uma autêntica bola de neve, isto é, começamos a ter ansiedade de sentir ansiedade. Resultado? Começamos a ampliá-la. E esta ampliação é que já não é natural! E, claro, acabámos de aumentar o incómodo e estamos talvez a entrar já no domínio do sofrimento.

Como admitimos que não é natural, pior!, que é doentia e que alguma coisa de muito mau nos vai acontecer, decidimos que temos de tomar uma iniciativa qualquer para lhe pôr termo, para nos vermos livres dela. Existem várias opções à nossa disposição.

Opções naturais que o nosso cérebro ativa: luta ("fight"), fuga ("flight"), imobilização ("freeze") e submissão ("submissiveness"). Todas estas respostas são muito úteis quando se referem ao mundo exterior. Mas quando são dirigidas para a nossa vida mental, para os acontecimentos mentais da nossa mente, os resultados são habitualmente paradoxais: em lugar de fazerem diminuir a ansiedade, exacerbam-na.

Não é necessário apresentar provas. A nossa experiência pessoal demonstra-nos que quanto mais lutamos contra ou fugimos da ansiedade, mais nela ficamos embaraçados. Podem existir vitórias temporárias, porém ela volta sempre. E pior que tudo: a nossa vida vai ficando cada vez mais dificultada e muito menos agradável de ser vivida, sendo aqui que surgem os problemas cuja causa pensamos que é a ansiedade.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Como funciona a autocrítica no nosso corpo e na nossa vida


Quando cometemos um erro, ou quando de alguma forma falhamos no que pretendemos, é ativado no nosso cérebro um sistema de stress. De forma tanto mais profunda quanto o assunto for importante para nós ou para a nossa família; ou quanto mais nos pesarem os julgamentos dos outros.

Em face desta nossa falha, começamos a autocriticarmo-nos, o que é uma reação natural. Torna-se problemática, quando carregamos essa autocrítica de avaliações e de comparações, com as consequentes emoções negativas, como a raiva, o medo, ou o nojo; e os consequentes pensamentos negativos, como os que são autodepreciativos.

Como o cérebro é particularmente sensível a estes acontecimentos mentais negativos, o sistema de stress no nosso cérebro fica sobreativado, iniciando-se aqui um círculo vicioso que, no limite, acaba por levar a problemas emocionais graves com implicações prejudiciais para a nossa vida.

A alternativa saudável consiste em reconhecer o erro, aceitando ficar com a frustração que é de todo natural sentirmos. E refocar a nossa atenção no que podemos aprender com a situação, para fazer melhor numa próxima vez.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Lutar contra a dor: uma estratégia condenada ao fracasso


Costumamos considerar a dor e o respetivo sofrimento como coisas de que nos devemos ver livres para sermos felizes.

Mas a dor é parte integrante da nossa vida: a dor da doença, do envelhecimento, da perda dos que amamos, do conhecimento que temos do sofrimento no mundo, só para falar de algumas que nos são praticamente inevitáveis.

Desejar afastá-las implica procurar mutilarmo-nos de uma parte importante daquilo que faz de nós seres humanos. Não admira que, para quem tenta isto, o sofrimento cresça exponencialmente e novos sofrimentos sejam criados e acrescentados.

E as pessoas sentem isso na sua experiência pessoal. Pessoas normalmente bem sucedidas, mas que aqui falham repetidamente. O que é natural e compreensível. Porém, caem no erro de pensar que o que lhes falta é esforçarem-se mais (é verdade que os que as rodeiam lhes dizem isto também).

Todavia, as coisas são muito mais simples (mas não fáceis de aceitar): a dor faz parte da vida humana. Saber lidar com ela, não o saber evitá-la ou acabá-la, juntamente com um pouco de sorte, é o que nos permite ter momentos de felicidade na nossa vida.

Nomeadamente, mudarrmos a decisão de lutar contra a dor e o sofrimento e de, quando eles desaparecerem então, depois, começarmos a viver. Ao invertermos essa decisão, descobriremos que, quando começarmos a viver, a dor e o sofrimento passarão então a ocupar um lugar proporcionalmente muito mais insignificante e menos central nas nossas vidas.

sábado, 5 de dezembro de 2015

O equívoco da felicidade

A felicidade não é um lugar a que devemos chegar; não é um estado fixo a ser alcançado; não é algo a ser possuído.

A felicidade é um processo, é algo de dinâmico, que se vai "fazendo", orientando-nos por aquilo que mais valorizarmos para a nossa vida.

A felicidade não está "lá", está "aqui".

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A coragem começa por ser isto...

Aceitação, mas não resignação

Encontro com a vida

"You have an appointment with life, and that appointment is in the present moment. If you miss the present moment, you miss your appointment with life. That is very serious! Please practice mindful breathing so you can return home and encounter life."

Thich Nhat Hanh

Bondade, quando?

"Be kind whenever possible. It is always possible."

Dalai Lama