quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O cérebro e a felicidade


O cérebro não foi evoluindo, com imensas dificuldades e ao longo de milhões de anos, simplesmente para nos proporcionar felicidade (isto é, para produzir apenas dopamina, serotonina, oxitocina e endorfinas).

Primeiro, porque é um cérebro ainda bastante imperfeito. Note-se que nada nos mostra que tenhamos agora atingido o pico da evolução. Pelo contrário, o estado do mundo revela que ainda há muito no cérebro para evoluir. Logo, é absurdo supor que ele atingiu a harmonia perfeita.

Segundo, porque o que o cérebro pretende, acima de tudo, é assegurar a nossa sobrevivência e a reprodução da espécie. E sabemos hoje que as emoções negativas, por exemplo, são absolutamente necessárias à nossa sobrevivência e auto-proteção.

Quando se lê isto, num primeiro momento pode parecer estarrecedor.

Depois, é um alívio.

Já não temos a obrigação de ser felizes. E se não o formos (e haverá muitos momentos na nossa vida em que não o somos), a culpa não é nossa, não é por não querermos ou por não nos esforçarmos. A vida é assim. Com bons momentos e outros menos bons.

O que verdadeiramente nos interessa e nos dá sentido é termos uma vida plenamente vivida, procurando harmonizar as prescrições da Natureza e os nossos valores mais elevadamente humanos.

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