sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Apreciar o sucesso dos outros - Uma forma simples de se ser feliz

Apreciarmos o sucesso de outra pessoa é a forma mais simples e pacífica de sermos felizes, pois há sempre alguém à nossa volta a ser bem sucedido.
E quando, como neste caso de Robert Lewis, essa pessoa tem menos vantagens que os outros, então a nossa vida fica mesmo mais iluminada!

Como conseguir esta experiência de bem-estar?
1º, Permitamo-nos suavizar por dentro e abrirmo-nos a boas experiências.
2º, Sejamos sensíveis aos aspectos do facto real que o podem vir a transformar numa experiência pessoal gratificante.
3º, Imaginemos como é que a outra pessoa se sentiu na situação de que tomamos conhecimento.
Por fim, consciencializemos as reações do nosso corpo a esta experiência e permitamo-nos absorvê-las até ao mais profundo do nosso ser.



terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O papel do Sonho

Construirmos e aderirmos a um sonho que nos transcenda, que nos apele à infinitude e que possa envolver o maior número dos nossos companheiros seres vivos neste planeta, talvez seja o primeiro passo para vivermos a vida plena que desejamos.

Um sonho não é algo que se obtenha ou se alcance (isso são os objetivos e/ou as finalidades).
É antes uma direção livremente escolhida e valorizada por nós, que orienta a nossa vida para a sua expressão mais elevada, mais estimulante e mais gratificante.
É uma luz que influencia as nossas escolhas e que ilumina o nosso caminho. O qual "se hace (...) al andar", segundo Antonio Machado, em Caminante no hay camino:

"Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar."

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Posso acreditar no que a minha mente me diz?

Não sei como é com as outras pessoas, mas comigo a minha mente está sempre a enganar-me. Especifiquemos. A minha mente engana-se relativamente à minha vida interior, porque em relação ao mundo físico externo até funciona bem. Sim, é certo que tem a tendência programada e seleccionada durante milhões de anos para sobrestimar as ameaças exteriores (nesses milhões de anos, quem fez isto sobreviveu; quem subestimou ameaças, morreu cedo). Mas, genericamente, funciona bem.

Mas, no que se refere à minha vida interior, as coisas são bem piores. É ela a dizer-me que se comer aqueles chocolates vou ficar consideravelmente melhor; ou se não me confrontar com aquela pessoa que está a fazer-me mal, vou ter mais paz do que se o fizer; ou se comprar aquele carro muito mais caro (mesmo que, para isso, tenha de me endividar), vou viver muito mais feliz; etc, etc.

Então... se não posso confiar na minha mente no que respeita à minha vida interior, em quem ou em quê posso confiar eu?

Como dizia Ricardo Reis, "Vivem em nós inúmeros; (...)" (*).
Assim, de entre várias, posso confiar naquela parte de mim que procurou e encontrou o que dá significado à minha vida, que me faz sentir realizado e com a sensação de viver uma vida plena (em Ricardo Reis, a sua escolha incidiu na escrita).
A seguir, posso também confiar na parte de mim que observa e que pergunta, "Será que isto me aproxima daquilo que eu valorizo para a minha vida, ou não?". Parte essa que, depois, faz a sua escolha em plena liberdade (ainda que essa escolha possa trazer um mal estar imediato).

(*) Ricardo Reis

Vivem em nós inúmeros;

Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.
Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.
Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu escrevo.
13-11-1935
Poemas de Ricardo Reis. Fernando Pessoa. (Edição Crítica de Luiz Fagundes Duarte.) Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1994. 
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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Autoconfiança, autoestima e... coragem

É verdade que a autoconfiança é fundamental para que consigamos ter sucesso no que fazemos; e, principalmente, para obter prazer com o que fazemos.

A autoconfiança não precisa da autoestima, embora existindo as duas, elas se possam alimentar mutuamente. Mas, na verdade, há pessoas com muita auto-confiança, e com pouca autoestima (por exemplo, a executiva de sucesso que não é, e acha que não merece ser, tratada de forma decente pelo seu marido).

Do que ambas precisam para surgirem e crescerem é de uma outra qualidade muito mais nobre e fundamental para a vida das pessoas: a coragem. Sem esta qualidade, as pessoas vêem a sua vida muito limitada, ficam com as suas capacidades a um nível reduzido e apercebem-se que as suas possibilidades de sucesso são no máximo moderadas.

Para ganhar confiança a, por exemplo, cantar, tenho de ter a coragem de começar a cantar com pessoas a ouvir (talvez primeiro um professor e, depois, o público). O mesmo para reconhecer e apreciar o meu valor como cantor.

Assim, parece ser mais vantajoso começarmo-nos a preocupar em desenvolver mais a coragem, do que a autoconfiança ou a autoestima.