terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Lutar contra a dor: uma estratégia condenada ao fracasso


Costumamos considerar a dor e o respetivo sofrimento como coisas de que nos devemos ver livres para sermos felizes.

Mas a dor é parte integrante da nossa vida: a dor da doença, do envelhecimento, da perda dos que amamos, do conhecimento que temos do sofrimento no mundo, só para falar de algumas que nos são praticamente inevitáveis.

Desejar afastá-las implica procurar mutilarmo-nos de uma parte importante daquilo que faz de nós seres humanos. Não admira que, para quem tenta isto, o sofrimento cresça exponencialmente e novos sofrimentos sejam criados e acrescentados.

E as pessoas sentem isso na sua experiência pessoal. Pessoas normalmente bem sucedidas, mas que aqui falham repetidamente. O que é natural e compreensível. Porém, caem no erro de pensar que o que lhes falta é esforçarem-se mais (é verdade que os que as rodeiam lhes dizem isto também).

Todavia, as coisas são muito mais simples (mas não fáceis de aceitar): a dor faz parte da vida humana. Saber lidar com ela, não o saber evitá-la ou acabá-la, juntamente com um pouco de sorte, é o que nos permite ter momentos de felicidade na nossa vida.

Nomeadamente, mudarrmos a decisão de lutar contra a dor e o sofrimento e de, quando eles desaparecerem então, depois, começarmos a viver. Ao invertermos essa decisão, descobriremos que, quando começarmos a viver, a dor e o sofrimento passarão então a ocupar um lugar proporcionalmente muito mais insignificante e menos central nas nossas vidas.

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