quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Ansiedade: um mal?


A ansiedade é vista como um mal. Analisemos brevemente a questão.

A ansiedade começa por ser uma mensagem do nosso organismo. Mas é também um conjunto incomodativo de emoções, pensamento, sentimentos, memórias, sensações corporais e predisposições.

O 1º erro que cometemos é o de pensar que ela não é natural. Se não for fruto de medicamentação, drogas ou álcool, claro que é natural! A sua origem está no nosso cérebro, tendo este o objetivo de nos ajudar a sobreviver. Portanto, ela é uma reação natural do nosso organismo para nos proteger.

Chamo erro porque, ao não a considerar natural, estamos a pôr em marcha uma autêntica bola de neve, isto é, começamos a ter ansiedade de sentir ansiedade. Resultado? Começamos a ampliá-la. E esta ampliação é que já não é natural! E, claro, acabámos de aumentar o incómodo e estamos talvez a entrar já no domínio do sofrimento.

Como admitimos que não é natural, pior!, que é doentia e que alguma coisa de muito mau nos vai acontecer, decidimos que temos de tomar uma iniciativa qualquer para lhe pôr termo, para nos vermos livres dela. Existem várias opções à nossa disposição.

Opções naturais que o nosso cérebro ativa: luta ("fight"), fuga ("flight"), imobilização ("freeze") e submissão ("submissiveness"). Todas estas respostas são muito úteis quando se referem ao mundo exterior. Mas quando são dirigidas para a nossa vida mental, para os acontecimentos mentais da nossa mente, os resultados são habitualmente paradoxais: em lugar de fazerem diminuir a ansiedade, exacerbam-na.

Não é necessário apresentar provas. A nossa experiência pessoal demonstra-nos que quanto mais lutamos contra ou fugimos da ansiedade, mais nela ficamos embaraçados. Podem existir vitórias temporárias, porém ela volta sempre. E pior que tudo: a nossa vida vai ficando cada vez mais dificultada e muito menos agradável de ser vivida, sendo aqui que surgem os problemas cuja causa pensamos que é a ansiedade.

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